https://www.cnttubarao.com.br/wp-content/uploads/2021/01/web-banner-IPTU-2021_CNT.jpg

Anunciante do CNT

Refutada por especialistas, informação tem sido compartilhada com base num comunicado de enólogos espanhóis.

Circula nas redes sociais a informação de que está comprovado que beber vinho protege a pessoa contra o novo coronavírus. É #FAKE.

A mensagem se baseia num comunicado da Federação Espanhola de Enologia. O texto diz que a entidade recebeu muitos pedidos de informação a respeito do risco de contaminação de vinhos e garrafas com o novo vírus, e também sobre uma possível ação da bebida para evitar a Covid-19.

A federação afirma que consultou representantes da comunidade médica e também associações internacionais de enólogos e concluiu que “o consumo moderado de vinho, responsável, pode contribuir para uma melhor higiene da cavidade bucal e da faringe, esta última uma zona que abriga os vírus”, evitando a infecção.

O comunicado diz ainda que não há risco de contaminação da bebida porque “a sobrevivência do vírus no vinho parece impossível”, pela combinação do álcool e de polifenóis (substâncias que fazem bem à saúde), que “impede a vida e a multiplicação do próprio vírus”.

Mensagens, a partir disso, têm viralizado dizendo que está comprovado que o vinho tinto combate o novo coronavírus.

Só que não há qualquer estudo que mostre que o vinho, ou qualquer composto presente na bebida, seja eficaz contra o novo coronavírus, como reforça o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo. Todas as informações sobre bebidas (café, chás, sucos), alimentos e vitaminas anunciados como eficazes contra o novo vírus são falsas, como vêm reiterando diariamente a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde.

Sobre o vinho, a pneumologista Patricia Canto Ribeiro reforça: “Algumas bebidas e alguns alimentos possuem compostos que podem ser utilizados em medicamentos. Mas as concentrações, para que tenham efeito terapêutico, precisam de estudos, avaliação da biodisponibilidade da droga, toxicidade”.

Ela alerta: “Não há estudos entre a eficácia de flavonóides e o novo coronavírus. Além disso, bebidas alcoólicas podem trazer problemas se consumidas em excesso, não podem ser consumidas com determinados medicamentos e não são substâncias terapêuticas ou preventivas para viroses”, assinala a médica, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

“Há estudos demonstrando os benefícios do o vinho para a saúde, mas nada especificamente para o novo coronavírus, causador da Covid-19”, afirma Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Algumas das mensagens que falam sobre o poder do vinho dizem ter como base um estudo publicado por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, China e Taiwan, em 2017, que concluiu que o resveratrol, um composto natural, presente nas sementes e na pele de uvas e também no vinho tinto, conseguia agir contra o MERS-CoV, causador da chamada Síndrome Respiratória do Oriente Médio.

O novo coronavírus, que provoca a atual pandemia, o SARS-CoV-2, porém, só foi descoberto em dezembro do ano passado. Ou seja, não foi analisado nesta pesquisa e não há nada que indique que ele sofra o mesmo efeito.

Por G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui