Algumas fantasias podem apimentar o sexo e também promover o autoconhecimento individual e da própria relação. Entretanto, muitas pessoas, mesmo reconhecendo seus fetiches, acabam nunca realizando as próprias vontades e vivendo mais frustradas sexualmente.
Quando se trata de sexo, todos os desejos estão relacionados a fantasias e fetiches sexuais e, havendo consentimento, são válidos de experimentação. Se o fetiche agrada ambas as partes, fornecendo prazer aos dois, ele valoriza o relacionamento e melhora a relação sexual.
O resultado disto é uma apropriação dos próprios desejos na prática. Viver aquilo que se quer, experimentar aquilo que se deseja, sentir aquilo que se imagina. Tudo isso auxilia para uma vida afetiva e sexual mais ativa, madura e saudável.
Dentro de um relacionamento, é essencial que um busque entender os desejos do outro, ainda que não partilhem dos mesmos. Desde que o fetiche da pessoa não faça mal à outra, não provoque sofrimento, não gere conflito e a outra pessoa não se sinta invadida, não há nada de estranho nem de ruim em incluí-lo no sexo.
Vale muito a pena que cada um traga para a relação conteúdos relacionados ao seu fetiche, como uma forma de iniciar uma conversa descontraída, para se educarem para os desejos do outro (seja através de vídeos, textos ou filmes). Ou seja, entender primeiro na teoria e depois, se ambos quiserem experimentar, na prática.
Todos os fetiches saudáveis podem ser comentados com parceiro, com a ideia de entender se ele curte aquilo também. Por exemplo, um homem casado que tenha vontade de ter mais uma parceira ou parceiro durante o sexo deve começar perguntando o que a(o) parceira(o) acha sobre o assunto. “Falar de um filme que viu e questionar qual a opinião do parceiro é o melhor jeito de preparar o terreno”.
Conforme o papo ficar mais apimentado, é possível incluir alguma brincadeira do tipo: “conte-me um fetiche seu e eu conto um meu”.
Fetiche ou parafilia?
De maneira geral, todos nós somos um pouco fetichistas. “Nos sentimos atraídos por determinados estilos de roupas, sapatos, acessórios ou alguma característica do físico, como pés, mãos, cicatriz e tudo bem”.
Porém, em certos casos, o fetiche se torna tão extremo que se caracteriza como uma parafilia, uma patologia de natureza sexual.
O que é parafilia
Quando o fetiche passa a ser a única possibilidade da pessoa ter satisfação sexual ou orgasmos, caracteriza-se como uma parafilia, ou seja, um transtorno de preferência sexual. “É uma linha tênue entre um e outro.”
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a prática sexual ser saudável, ela deve preservar o bem-estar biopsicossocial do ser humano. Ou seja, os comportamentos sexuais fetichistas de qualquer tipo só devem ser considerados patológicos quando afetam negativamente a vida do indivíduo e daqueles que se relacionam com ele.
O sadismo (satisfação em causar dor no outro), por exemplo, só é considerado uma doença quando a pessoa se excita sexualmente com violência não-consensual ou fantasiada, colocando a própria vida e a dos outros em risco. O importante é sempre saber o que cada pessoa quer, quem está no controle e, principalmente, se há consenso nas práticas.
Ficou claro pra você?
Beijo bom!