Crime aconteceu há 16 anos, em 2009, na cidade de Sangão
O Tribunal do Juri de Araranguá, no Sul de Santa Catarina, condenou ontem segunda-feira (20) a auxiliar de serviços gerais Maura Luiza de Oliveira a 14 anos de cadeia, em regime fechado. De acordo com os jurados, Maura matou seu ex-companheiro com um copo de suco envenenado. Ela foi condenada à revelia, ou seja, não estava presente na sessão e agora é considerada foragida da Justiça.
O crime aconteceu há 16 anos, em setembro de 2009, na cidade de Sangão, a cerca de 43 quilômetros de Criciúma, no Sul do estado. A Polícia Civil apurou, na época, que Maura foi movida por ciúmes, e por não aceitar o fim do relacionamento com a vítima, Elias Ramos Vieira.
De acordo com os autos do processo, Maura ofereceu a Elias um copo de suco que continha veneno, um tipo de inseticida do grupo dos carbamatos. Após ingerir a bebida, o homem passou mal, se debateu no chão e ficou espumando pela boca. Ele chegou a ser levado ao Hospital São Roque, na cidade de Morro da Fumaça, onde morreu em decorrência de complicações cardíacas e respiratórias.
Após o crime, Maura fugiu para a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, onde foi localizada e respondeu ao processo em liberdade.
Uma testemunha relatou em depoimento que Maura e Elias viveram juntos por alguns anos, as estavam separados há cerca de seis meses.
Com a separação, Maura permaneceu morando na casa, e Elias foi morar com a avó, na mesma cidade. “Para mim, a Maura nunca disse que ele era violento, mas, quando eles se separaram, havia ciúmes, tanto que ela vivia atrás deles, perguntando por ele. Quem queria o fim do relacionamento era ele e a Maura não queria. Ela falava para eu dizer que se ele não ficasse com ela, não ficaria com mais ninguém. Ela já me disse, lá em casa e na estrada, quando eu voltava do serviço, que iria matar o Elias e que preferia ver ele morto a vê-lo com outra mulher, falou bem sério, e que o faria com arma de fogo ou com veneno”, disse a testemunha.
A Polícia também descobriu que Maura comprou o veneno usado no crime numa agropecuáeria na cidade de Jaguaruna, onde teria dito ao balconista que precisava da substância para um cachorro que estava doente. O balconista e também o proprietário do estabelecimento confirmaram esse relato em depoimento.
O julgamento nesta segunda começou às 9h, no salão do Forum de Jaguaruna, e terminou por volta das 16h20. O juiz Rodrgo Cezar Barzi, que presidiu tribunal do juri, não permitiu que Maura aguarde em liberdade o julgamento do recurso junto ao Tribunal de Justiça, e expediu o mandado de prisão em nome da ré.

















