O fim de 2020 chegou e com ele, os tradicionais planejamentos para o novo período, as festas entre familiares e amigos fazem parte dos momentos mais aguardados durante o ano. Confraternizações que geralmente reúnem no mesmo ambiente pessoas de todas as idades, que aguardam a data para os reencontros com abraços, conversas e troca de presentes que na maioria das vezes, ocorrem regados a ceias, ao redor de mesas. Cenário ideal para propagação da Covid-19.
Pandemia causada pelo Sars Cov2, doença que já levou a morte mais de 1,7 milhão de pessoas no planeta, sendo mais de 187 mil somente no Brasil. Diante da gravidade da situação, que em vários estados brasileiros estão com as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) lotadas, especialistas do Complexo Médico Provida, em Tubarão, orientam como comemorar as datas este ano?
“O cenário atual é terrível. Estamos diante de uma guerra. O sistema de saúde do estado está à beira de um colapso e cada vez mais pessoas são infectadas pelo vírus. A vacina ainda não faz parte da nossa realidade e por isso precisamos pensar e agir de forma que nossas confraternizações não se transformem depois em tragédias familiares”, destaca o cirurgião e médico endoscopista do aparelho digestivo, Dr. Jaime César Gelosa Souza.
Para o alergologista Gil Bardini, o cenário está longe de um desfecho positivo. O coronavírus ainda é desconhecido em muitos pontos de sua manifestação e provavelmente não irá embora em 2021, mesmo com início da vacina contra o vírus.
“Infelizmente teremos que aprender a conviver com a Covid por mais tempo. Precisamos manter as adaptações do modo como tivemos que viver este ano, inclusive para termos alguma festa de fim de ano. A forma como antes realizávamos os nossos encontros familiares, com primos, tios, amigos, com a presença de 30, 40, enfim, com muitas pessoas, precisa ser reduzida. Não precisa não fazer nada, mas optar com reuniões com grupos restritos, com as pessoas que temos mais contato mais próximos, que convivemos diariamente”, orienta.
A preocupação dos médicos em unir muitas pessoas em um mesmo espaço, mesmo os mais chegados e com a realização de medidas de higienização e uso de máscara, é em partes, com as possíveis manifestações de quadros gripais.
“No momento em que uma pessoa se alimenta ou bebe algo, ela tira a máscara e assim, aumenta a transmissibilidade desse vírus. Ela também pode, ao se servir, contaminar os alimentos. O importante é ficar atento a sintomas respiratórios, mesmo que tenha iniciado no mesmo dia ou anterior, pode ser o coronavírus. Lembrando que a fase de transmissão começa dois dias antes do início dos sintomas e perdura até 10 dias do início das manifestações. Neste período a pessoa precisar estar isolada, não pode participar de grupos ou sair de casa”, alerta o infectologista Dr. Rogério Sobroza de Mello.
Os médicos destacam também que por mais tradição que seja a realização da confraternização, por mais que muitos tenham realizado teste para detectar a Covid-19 e que este dado como resultado negativo, ao sentir qualquer sintoma respiratório, pode ser o vírus.
Dicas para as festas em segurança
Segundo as orientações médicas científicas, preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, a forma mais segura e eficaz é ficar em casa e se for comemorar, apenas reunir pessoas que moram no mesmo local. Entretanto, se a decisão é fazer alguma celebração, algumas dicas dos médicos da Provida podem reduzir o risco de transmissão da doença.
– usar máscara sempre que não comer ou beber;
– levar uma máscara limpa extra;
– evitar aglomerações e tentar manter distância de, pelo menos, 2 metros entre os convidados;
– evitar abraços e apertos de mãos;
– dar preferência a locais abertos ou com boa ventilação. Evitar o uso de ar condicionado;
– lavar as mãos com frequência (água e sabão ou álcool gel);
– não compartilhar objetos, como copos ou talheres;
– lave as mãos sempre que tocar em objetos de uso coletivo;
– para o ambiente mais seguro, algumas medidas também podem fazer a diferença como: limitar o número de convidados, conforme o espaço do evento, orientar os participantes para levarem máscara e ter algumas novas de reserva, caso alguém esqueça ou precise. Evite também música alta para não facilitar as conversar em tons mais altos ou gritos. Evitar formar filas para se servir, organize, se possível, mesas separadas para pequenos grupos, disponibilize álcool em gel pelos ambientes e troque as toalhas de pano para papel.