Depressão, suicidio
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Anunciante do CNT

A saúde mental de bilhões de pessoas foi colocada à prova durante os meses de restrição e isolamento social, necessários para evitar o contágio com a Covid-19. Doenças oportunistas como a depressão o estresse, além de crises de ansiedade, ganharam espaço durante a pandemia, fazendo dos distúrbios psicológicos uma grande herança desse período.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 12 milhões de brasileiros (5,8%) sofrem de depressão, sendo esta a patologia mais frequente em 2020. É a maior taxa da América Latina e a segunda maior das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com estudos feitos pela Universidade de São Paulo (USP), abordado em onze países, o Brasil é o que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%).

A privação de atividades de lazer estabelecida durante o período de confinamento contribuiu para o aumento do estresse e o aparecimento de sintomas de ansiedade e depressão. A farmacêutica Mariana Francini Mondini, de 38 anos, sentiu na pele o que é ter uma crise de ansiedade. Recentemente, passou mal durante uma tarde de trabalho e precisou de atendimento médico.

“Senti calafrios, falta de ar muito forte, tremores, dormência nos braços, sensação de desmaio, frio e dor na nuca. Cheguei a desconfiar que poderia ser coronavírus, mas descartamos a possibilidade por meio de exame”, explica a farmacêutica. Para ela, o contato diário e direto com pessoas acometidas pela doença contribuiu para a crise de ansiedade.

“Assistir ao drama das pessoas doentes de Covid-19 diariamente na farmácia é algo muito difícil. Isso mexe com a gente. Sem falar nas limitações de lazer e todo o medo em ser contaminado”, depõe. Ao procurar atendimento médico, Mariana teve o diagnóstico de crise de ansiedade confirmado. A instrução foi a utilização de medicamento calmante e a procura de um profissional especialista, a fim de estabilizar o quadro.

Para o psicanalista Luciano Noceti e Vieira, que integra a rede de profissionais dos planos de saúde da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS), níveis avançados de angústia baixam consideravelmente a imunidade do organismo, facilitando a ocorrência de inúmeras doenças. Por isso, a importância de investir em um acompanhamento psicológico durante o tratamento de crises, evitando os altos e baixos. Para ajudar no processo de cura, o psicanalista separou cinco dicas para prevenir quadros de depressão, confira:

1- Procure identificar os mecanismos de auto sabotagem que o inconsciente faz uso para manter a repetição dos fracassos;

2- Não se vitimize. Tente não se viciar no sofrimento e procure se implicar no que está acontecendo;

3- Haja por conveniência. Nós recebemos de volta nossa própria mensagem. Dê amor, carinho, companheirismo e limites para receber amor, carinho e companheirismo de volta. Às vezes demora um pouco para retornar, mas funciona;

4- Se questione a cada manhã: Será que meu problema que é complicado ou o desejo de resolução que é fraco?

5- Caso esteja difícil articular os passos anteriores, procure um psicanalista ou psicólogo. E, caso necessário, um psiquiatra que te ajude a fazer contato com teu próprio desejo. O desejo é a mola propulsora da vida.

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