Diego Bastos Scott, de 39 anos, de Laguna, segue desaparecido após ser colocado dentro de uma viatura da Polícia Militar na noite de 15 de janeiro deste ano. A suspeita é que dois PMs tenham o matado e desaparecido com o corpo, já que não o levaram até a delegacia e câmeras de vigilância flagraram quando os policiais prenderam Diego após uma discussão familiar.
O último local que a vítima foi vista foi no bairro Progresso. Os agentes mentiram no boletim de ocorrência, informando não tê-lo localizado no endereço após a PM ser acionada. A Polícia Civil e o Ministério Público chegaram a pedir a prisão da dupla, acatada pelo Judiciário, mas, desde o fim de semana os dois já estão nas ruas por falta de provas e do corpo, já que a suspeita é de homicídio.
A Divisão de Investigação Criminal (DIC) concluiu o inquérito. Conforme a apuração, que tem mais de 600 páginas, o caso segue indevido e foi arquivado na polícia. A Justiça Militar e o Ministério Público seguem apurando, mas o fim deve ser o mesmo, arquivamento. Os PMs foram afastados temporariamente das funções.
A Polícia Civil ainda garantiu que, havendo novas informações e/ou denúncias sobre o ocorrido, empreenderá mais diligências no intuito de verificar a procedência e veracidade.
O MPSC acredita que os suspeitos estariam “subtraído provas e estariam ameaçando ou coagindo testemunhas”, o que motivou a prisão da dupla. Na mesma nota, o MPSC diz que os militares teriam “eliminado eventuais provas em seus aparelhos de telefone celular, além de terem desligado o tablet e as câmeras da polícia”.
A Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a conduta dos agentes na abordagem. O comando da corporação confirmou que as câmeras utilizadas nos uniformes dos agentes estavam desligadas durante a abordagem e disse que a investigação interna apura “se houve falha no sistema dos aparelhos ou se o desligamento foi proposital”. Um dos agentes trabalhava há cerca de sete anos na corporação. O segundo era novato e estava na Polícia Militar há apenas 30 dias. De acordo com o Batalhão, nenhum dos dois tinha inquéritos anteriores.