Após um longo período com fila de espera, finalmente o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, zerou o número de pacientes que aguardavam leitos de covid-19. A informação foi passada pela assessoria do hospital no fim da tarde desta terça-feira (4), por meio de boletim diário.
As histórias dos pacientes representam a superação em meio ao sofrimento. Os planos deste ano para Gilmar Wenz, 36 anos, de Tubarão, eram muitos. O principal, ampliar a família com a chegada de um filho. Sua esposa Tayse estava gravida de 7 meses quando ele chegou ao Hospital, encaminhado da Policlínica Municipal devido a desconforto respiratório associado a dessaturação (72%).
Quadro clínico grave que o colocou logo na UTI com 90% de acometimento dos pulmões, causando pela Covid-19. Mais de um mês internado para o tratamento da doença, que trouxe dias de muito sofrimento para a família, principalmente para a mãe Irene Bonette Wenz.
“Foram muitas orações. Sabíamos do quadro grave. Inclusive chegamos a ser comunicados do agravamento dele e fizemos uma visita presencial. Mesmo assim não perdemos a esperança”, diz emocionada.
A irmã Taize Wenz, disse que acredita que o fato dele saber que seria pai o ajudou a lutar pela vida. “Guillermo nasceu saudável no dia 8 de abril. Mandávamos vários áudios falando para ele do nascimento do bebê. Que ele precisava resistir porque tinha muita gente esperando ele em casa”, relembra.
Mesmo com quadro complicado, somando a uma diabetes do tipo I, que o levou a ter complicações renais, Gilmar resistiu. Ontem ele deixou a UTI e foi para leito de enfermaria, onde fica alguns dias em observação.
Eliege Serafim Pires, de 53 anos, é de Imbituba e está na unidade hospitalar há 27 dias, destes, 20 na UTI. Neste período, além do quadro grave da doença ela perdeu a mãe também para a Covid-19.
Ela nem ficou sabendo porque já estava intubada. Uma dor inexplicável para as filhas Thaiany e Thaynara, já que todas moravam na mesma casa. “Foi um sofrimento muito grande, pois minha vó era como uma mãe também. E o fato de não podermos comunicar ela sobre sua perda, foi muito triste”, relatam.
Maria Helena Constante, 51 anos, de Tubarão, é outra paciente que pode comemorar sua alta da UTI com a filha Emely Constante da Silva e os irmãos Maria e Edson. Dos 20 dias de internação, 13 permaneceu em ventilação mecânica.
Segundo a filha, o companheiro de Maria Helena também deu entrada no hospital no mesmo dia, e ainda permanece na UTI. “Estávamos muito preocupada, pois ela tem asma. Mas graças a Deus deu tudo certo e ela reagiu ao tratamento. Agora é só aguardar uns dias no quarto e ir para casa”, diz a filha.
As duas pacientes foram transferidas para leitos de enfermaria, onde devem permanecer alguns dias até poderem retornar as suas casas.