O processo de impeachment do governador Carlos Moisés e da sua vice, Daniela Cristina Reinehr, terá uma nova fase a partir desta quarta-feira (23), quando serão escolhidos os membros da comissão – formada por desembargadores do TJSC e deputados da Alesc – que julgará se haverá ou não continuidade ao rito. Com esta situação, secretários de Estado e demais integrantes do colegiado pleno elaboraram e entregaram, a Moisés, na noite desta segunda-feira (21), um documento em que manifestam “indignação com o movimento político que tenta retomar o comando do governo do Estado” e antecipam que não farão parte de “um governo que tenta nascer na estufa da impunidade e do desrespeito ao voto popular”.
O documento, intitulado “Carta aberta aos Catarinenses”, destaca inúmeros resultados positivos do atual governo, entre eles, uma economia de mais de R$ 360 milhões (incluindo medidas de gestão como a revisão de contratos).
Na carta, os secretários e presidentes afirmam que “o governo não cedeu, não cede, nem cederá às pressões pela volta daqueles que se beneficiaram de ato de corrupção”. O documento finaliza com o seguinte trecho: “Se este desrespeito for consumado, e as portas do governo forem abertas para aqueles que representam o que os catarinenses rejeitaram nas urnas e rejeitam no dia a dia, saibam que não dividiremos espaço com eles. Os catarinenses já disseram que não os aceitam no governo”.
Carta aberta aos catarinenses
Sete em cada dez cidadãos catarinenses que leem esta carta agora fizeram uma opção em 28 de outubro de 2018. Eles indicaram o caminho desejado para Santa Catarina e escolheram o nome do governador e da vice-governadora para realizar essa missão: Carlos Moisés e Daniela Reinehr. Foram 2 milhões 664 mil e 179 votos pela mudança. E ela veio.
Ao revisar os contratos que haviam sido feitos com o Governo do Estado, foram economizados mais de R$ 360 milhões. Um deles, de telefonia, foi inclusive alvo de investigação da Polícia Federal e resultou no indiciamento por corrupção e lavagem de dinheiro de figuras políticas hoje denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Santa Catarina é agora líder no país em eficiência da máquina pública, segundo o Ranking da Competitividade dos Estados. As contas públicas de Santa Catarina em 2019 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas com a melhor avaliação em dez anos. Temos a menor taxa de desocupação do país, de acordo com o IBGE.
Atravessamos o pior momento da pandemia e conseguimos garantir que nenhum catarinense sofresse com a falta de um leito de UTI. Temos hoje a menor taxa de letalidade do país.
Mais de 35 mil novas empresas foram criadas apenas em 2020. Reabrimos a Ponte Hercílio Luz colocando um ponto final em um verdadeiro sangradouro de dinheiro público. Anunciamos mais de R$ 377 milhões para obras de infraestrutura, com recursos próprios, oriundos de economias feitas por esta gestão.
As promessas feitas aos catarinenses estão sendo cumpridas. E é justamente por isso que esse governo passou a ser atacado. Porque está provando que é possível desfazer contratos que traziam prejuízo aos cofres públicos. Contratos estes que, segundo o Ministério Público Federal, eram origem de propina que abastecia organizações criminosas.
Este governo não tem compromisso com o erro. Muito menos com conchavos. Não cedeu, não cede e nem cederá às pressões pela volta daqueles que se beneficiaram de atos de corrupção.
Este governo foi eleito pelos catarinenses para pôr fim a isto tudo. E é isto que está fazendo. Portanto, é visível que os beneficiários destes esquemas estão reagindo e tentando retomar o governo em uma virada de mesa.
Não conseguirão. O catarinense não aceitará que seu voto seja rasgado e que as antigas estruturas de poder, que ele quer ver banidas, retornem.
Se este desrespeito for consumado, e as portas do governo forem abertas para aqueles que representam o que os catarinenses rejeitaram nas urnas e rejeitam no dia a dia, saibam que não dividiremos espaço com eles. Os catarinenses já disseram que não os aceitam no governo.
Nós também não. Não faremos parte de um governo que tenta nascer na estufa da impunidade e do desrespeito ao voto popular.
Florianópolis, 21 de setembro de 2020.
O documento foi assinado por:
Leandro Lima, secretário da Administração Prisional e Socioeducativa
Paulo Eli, secretário de Estado da Fazenda
Eduardo Machado, diretor-presidente do Badesc
Cristiano Socas da Silva, controlador-geral do Estado
Lucas Esmeraldino, secretário executivo da Articulação Nacional
Alisson de Bom de Souza, procurador-geral do Estado
André Motta Ribeiro, secretário da Saúde
Natalino Uggioni, secretário da Educação
Rudinei Floriano, presidente do Imetro
Naiara Augusto, secretária executiva de Integridade e Governança
Ricardo de Gôuvea, secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural
Giovani Eduardo Adriano, perito-geral do IGP
Marcelo Panosso Mendonça, presidente do IPREV
Thiago Augusto Vieira, secretário da Infraestrutura e Mobilidade
Ricardo Miotto Ternus, secretário adjunto da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural
Celso Albuquerque, secretário executivo do Meio Ambiente
Fábio Zabot Holthausen, presidente da Fapesc
Rogerio Siqueira, secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável
Leandro “Mané” Ferrari, presidente da Santur
Roberta Maas dos Anjos, presidente da Casan
Edilene Steinwandter, presidente da Epagri
Fabiano Ramalho, presidente do Porto de São Francisco do Sul
Luis Antônio Braga Martins, diretor-presidente do Porto de Imbituba
Sandra Mara Pereira, diretora do Detran
Tânia Regina Hames, presidente da Fundação Escola de Administração Pública
Charles Alexandre Vieira, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar
Michele Roncalio, secretária-adjunta da Fazenda
Luciane de Cássia Surdi, presidente Cidasc
Dilmar Baretta, reitor da Udesc
Rui Godinho da Mota, presidente da Fesporte
Aldo Baptista Neto, chefe da Defesa Civil
Paulo Koerich, presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial
Luiz Antônio Dacol, secretário da Administração
Vitor Correa, diretor do Escritório de Gestão de Projetos
Sérgio André Maliceski, presidente Ciasc
Enio Alberto Parmeggiani, presidente da SCPar
Gilson Lucas Bugs, presidente da Jucesc
Ana Lúcia Coutinho, presidente da FCC
José Ângelo di Foggi, diretor-presidente do Ceasa
Willian Anderson Lehmkuhl, presidente da SCGÁS,
Dionei Tonet, comandante-geral da Polícia Militar
Valdez Rodrigues Venâncio, presidente do IMA
Maria Elisa de Caro, secretária do Desenvolvimento Social
Juliano Chiodelli, secretário interino da Casa Civil
André Alves, chefe da Casa Militar
Márcio Ferreira, chefe de gabinete