Ultimamente temos falado muito sobre voltar ao normal. O que seria voltar ao normal?
Muitos dizem que esse papo é apenas por causa das eleições. Essa semana, fui em uma pizzaria da cidade e vi muitas pessoas chegando de máscaras combinando com a roupa, bem bonitinhas. Até aí tudo certo, então, ao entrar e encontrar os amigos, além de tirarem as máscaras, os cumprimentos eram abraços e beijos.
Fiquei pensando; as pessoas (foram várias) têm o trabalho de escolher uma máscara que combine com sua roupa, mas não conseguem entender que o vírus não desapareceu, que não tem vacina para a Covid-19 e que, SIM… Pessoas ainda estão morrendo por causa do novo coronavírus.
Apenas o que mudou foi o decreto, mas as pessoas têm que ter consciência que o vírus não desapareceu – e que provavelmente continuará voltando em ondas – e as pessoas que acham que está tudo bem que já passou, querem continuar de onde pararam.
Uma enquete realizada pela Britain Thinks no mês de julho, descobriu que apenas 12% das pessoas gostariam que a vida fosse “exatamente como antes”. Outra pesquisa realizada o final de junho, encomendada pela rede Brigth Horizons, sugere que apenas 13% das pessoas desejam voltar a trabalhar da mesma forma que antes da quarentena.
Na mesma semana, um estudo da You Gov revelou que apenas 6% quer de volta o mesmo tipo de economia que tínhamos antes da pandemia. Outro estudo, realizado em abril, pelos mesmos pesquisadores, demonstrou que apenas 9% dos entrevistados queriam retornar ao “normal”. Raramente os resultados são fortes e consistentes como esses em quaisquer outras questões. Com certeza gostaríamos de deixar a pandemia para trás junto com todos os impactos devastadores na saúde física e mental, o fechamento das escolas, o colapso no emprego, entre outros…
Acredito que as pessoas que não tiveram contato com o vírus e não perderam ninguém para a covid-19, talvez consigam voltar ao “normal”; mas sempre serão lembradas que o “normal” como conhecíamos, não existe mais, pois as pessoas que tiveram contato ou perderam alguém para a doença pandêmica, nunca esquecerão.
Acredito que ir ao cinema jamais será como antes, coisas que eram tão simples que nem pensávamos a respeito, já não serão tão simples como antes. O sofrimento tanto das pessoas quanto das empresas tem sido grande.
Setores como o aéreo praticamente ‘derreteram’. A pandemia igualou a todos, sem distinção de classe. Segundo o site www.tecmundo.com.br, pesquisadores associados a Royal Society, de Londres, acreditam que não será possível voltar à “vida normal” tão cedo, mesmo que uma vacina eficaz contra a covid-19 seja lançada ainda este ano. Os mais prejudicados, financeiramente, desejam desesperadamente que a vida volte ao “normal”.
Será que estamos preparados para isso?
O que vai acontecer se tiver uma nova onda de contaminação e mortes?
Vamos culpar a política? Os empresários?
Ou talvez, só talvez, as pessoas parem de opinar sobre assuntos que não dominam e comecem a se preparar para ter uma vida mudada pela pandemia. Talvez comecem a se estruturar para voltar as aulas com segurança. E talvez, prestem atenção quando médicos e cientistas falarem que, nosso corpo tem que estar preparado, imunizado, saudável para que possamos vencer esse vírus que veio para mudar a humanidade.
Enfim, tenham consciência que a vida como conhecíamos está passando por uma gigantesca transformação. E querendo ou não, teremos que nos adaptar a essa mudança.
“Os fatos não mudam, mas a mudança de pensamentos sobre a realidade traz mudança de atitudes diante dos fatos”.
Autor desconhecido