A classe de enfermeiros e técnicos de enfermagem de Tubarão e região realiza, a partir das 18h desta terça-feira (8), uma manifestação por melhores condições de trabalho e aumento de salário neste momento de sobrecarga devido aos turnos acumulativos ocasionados pela pandemia do novo coronavírus. O ato, pacífico, inicia na calçada na frente do portão lateral (acesso de funcionários e fornecedores do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), na Cidade Azul, e deve se estender pela avenida Marcolino Martins Cabral em direção ao Calçadão da rua São Manoel.
A Polícia Militar e a Guarda Municipal devem acompanhar a manifestação e controlar o tráfego. Segundo Denise Matos de Freitas, presidente do Sindicato da Saúde de Tubarão e Região, a classe pede socorro. “Há algum tempo, eu já tentei fazer uma mobilização ,mas os trabalhadores não se comprometeram, mas agora eles aceitaram. O Sindicato, sozinho, não faz nada, pois os colaboradores têm que aderir. Está na hora de a enfermagem se unir, lutar pelos nossos direitos, por salários justos, por condições de trabalho que garantem uma assistência de qualidade. Nossos salários estão defasados, estamos sobrecarregados, colegas de trabalho adoecendo, não só pela covid-19, mas também psicologicamente…”, alerta Denise.
A profissional emenda convidando a população para vestir a camisa e mostrar a real condição que estão vivenciando. “O público precisa saber que não é só contra a pandemia que estamos lutando, mas sim por direitos humanos. Vamos vestir preto, de luto! Sim, luto pela enfermagem, por quem salva vidas e não está sendo valorizado, pela escravidão e falta de profissionais por causa do salário defasado”, complementa. Denise informa que o salário de média pago a um enfermeiro no HNSC é de R$ 2,7 mil (42 horas semanais).
Um enfermeiro trabalhando em Florianópolis ganha entre R$ 2.840,18 (média do piso salarial 2020 de acordos, convenções coletivas e dissídios) e o teto salarial é de R$ 4.694,49, sendo que a média fica em R$ 3.111,88 para uma jornada de trabalho de 42 horas semanais.
“Não precisamos de aplausos, mas sim de valorização”, finaliza Freitas, uma das organizadoras do ato desta terça-feira.