Sem um espaço adequado para tratamento da Covid-19, muitas pessoas estão morrendo em Tubarão e em todo o Estado em virtude da falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Isto é fato e não dá para se esquivar ou fugir da realidade. Se um lockdown, neste momento, seria ou não a solução para frear o colapso que já chegou o sistema de saúde público – e particular – barriga-verde, aí é outra discussão, mas, conforme pesquisadores da área, o ideal seria que todas as atividades consideradas não-essenciais parem imediatamente, mas parece que nada disso irá ocorrer.
Somente no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), na Cidade Azul, que atende moradores de praticamente todos os 18 municípios da Amurel, 27 pacientes infectados com o novo coronavírus aguardam por um leito de UTI, onde são dispostos diversos aparelhos de controle cardíaco, respiradores e outras tecnologias hospitalares e aparato técnico de médicos intensivistas e enfermeiros especializados neste tipo de atendimento mais delicado. É a fila da morte, a escolha de quem vai viver ou falecer? Pode ser… Chegamos neste ponto, decidir quem segue com o sopro da vida e quem sufocará, agonizará e dará seu último suspiro. Que fase desta pandemia!
Medidas paliativas serão colocadas em prática nos próximos dias, como a criação de mais oito leitos de de UTI no próprio HNSC, que receberá um grupo de profissionais da saúde lotados na prefeitura. O acordo foi divulgado hoje pelo próprio prefeito Joares Ponticelli (PP) e pela diretoria do hospital, que, curiosamente, é o maior em número de leitos de toda Santa Catarina, mas já está, há semanas, além de sua lotação.
Conforme números expostos nesta quarta-feira pelo setor de comunicação do HNSC, há 35 pessoas internadas com Covid na UTI – sendo que são 35 as vagas dispostas -, além de 88 infectados em leitos de enfermaria e mais quatro neste setor aguardando resultado de exames. Também há dois leitos pediátricos ocupados e na espera dos resultados para Covid. Nas últimas 24 horas, duas pessoas morreram na unidade de saúde em decorrência de complicações do novo coronavírus, que já estamos loucos para chamar de velho vírus, antiga doença, ex-pandemia, mas este tipo de colocação parece estar a milhares de quilômetros de distância do futuro.