Apesar de muitos pensarem que a moralidade é uma questão exclusiva do campo da religião, precisamos entender que, antes de tudo, a moralidade é uma questão de dignidade humana.
A moralidade, acima de qualquer anseio religioso, é no profundo um desejo pelo bem, seja de si ou do próximo. Do mesmo modo, todo indivíduo imoral fere em certo sentido a dignidade humana, quando não do outro, a de si mesmo.
Dito isso, entro no assunto do carnaval. Se o carnaval é esse palco de imoralidade que temos visto (e ele é), logo também é palco de violação da dignidade humana.
Discutem-se assuntos periféricos como objetificação das mulheres, consumo de drogas, mortes, entre outros, quando na verdade deveríamos discutir a raiz destes problemas: a imoralidade, que em suma é irmã gêmea do carnaval.
Neste sentido, a discussão sobre os dias de folia já não se situa no terreno das opiniões, mas no terreno dos fatos!
Curioso (ou hipócrita mesmo!) é que depois destes frenéticos e desvairados dias, estes mesmos indivíduos vestirão novamente suas capas de justiceiros sociais, para lutar pela causa que nos últimos quatro dias não somente abandonaram, como também impiedosamente promoveram.