Condenado em primeira instância a nove anos de prisão pela Justiça da Itália, em 2017, por estupro coletivo, Robinho retorna ao banco dos réus nesta quinta-feira (10). No julgamento em segunda instância, o Tribunal de Apelação de Milão vai analisar o recurso impetrado pela defesa do jogador e de seu amigo, Ricardo Falco. A presença dos acusados não é garantida. É possível que haja uma decisão no mesmo dia.
Na audiência, o procurador destacado para a fase de apelação vai encaminhar ao tribunal as suas conclusões sobre o caso, que será analisado por três juízes, como é praxe no sistema judiciário italiano. Os magistrados vão decidir se aceitam ou não as argumentações da defesa.
De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos teriam estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava o seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan, e ele foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação e, por isso, a participação deles no ato é alvo de outro processo.
Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegam que houve um “equívoco de interpretação” em relação a conversas interceptadas com autorização judicial pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano. Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. O Estadão esteve na boate em Milão onde o crime teria ocorrido e constatou que o local passou por reforma após o episódio.
“Confiamos plenamente na Justiça italiana, no sucesso do recurso defensivo e na reforma da decisão, conscientes de que a submissão do feito às instâncias superiores permite justamente evitar erros judiciários e condenações injustas”, afirmaram Marisa Alija e Luciano Santoro, que representam o atleta no Brasil.